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Conflitos no Egito em 2011: “Primavera Árabe”

Os conflitos no Egito em 2011 causaram a renúncia do ditador Hosni Mubarak, que estava há 30 anos no poder.
Os conflitos no Egito em 2011 causaram a renúncia do ditador Hosni Mubarak, que estava há 30 anos no poder.
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Em 2011, iniciou-se a denominada “Primavera Árabe”. Segundo especialistas, ela consistiu nos movimentos de protestos e manifestações nos países árabes, em favor da democracia e pelo fim dos regimes ditatoriais no Oriente Médio. O Egito foi um dos primeiros países que aderiram aos protestos.

Influenciados pela queda do presidente da Tunísia, Zine El-Abidine Ben Ali (que se deu no dia 14 de janeiro, por intensas manifestações populares e protestos contra o governo ditatorial que durava 23 anos), os egípcios iniciaram, no mês de janeiro de 2011, um intenso movimento de manifestações e protestos populares contra o presidente ditador Mohammed Hosni Mubarak, que se encontrava há 30 anos no poder do Egito.

Diversos foram os fatores que contribuíram para a insurreição popular no Egito, como o reacendimento das tensões religiosas do país após a morte de 21 cristãos na explosão de uma igreja na cidade de Alexandria. Os egípcios também reivindicavam o fim da ditadura de 30 anos e desejavam a transição do governo para a democracia, ou seja, a abertura política.

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A sociedade egípcia vivia sob a imposição política de Mubarak. Os principais motivos das manifestações populares foram os altos índices de desemprego, o autoritarismo do governo ditatorial, os altos índices de corrupção, a violência policial, a falta de moradia, a censura à liberdade de expressão, as péssimas condições de vida e a solicitação do aumento do salário mínimo.

A insurreição popular tinha como principal objetivo derrubar o ditador Hosni Mubarak, um dos principais aliados dos Estados Unidos, na região, e de países ocidentais, como a Inglaterra e a França. Mubarak havia anunciado que deixaria o poder somente a partir das eleições para sucessão presidencial. Com isso, a população se rebelou e continuou o movimento pela deposição do ditador (fato que aconteceu somente no dia 11 de fevereiro de 2011).

Antes da renúncia de Mubarak, o ditador pretendia concorrer às eleições presidenciais previstas para setembro de 2011 ou colocar seu filho como sucessor. As manifestações populares continuaram, pois a principal exigência dos manifestantes era a retirada imediata de Mubarak do poder.

Ainda no dia 25 de janeiro de 2011, foi organizada uma grande manifestação no Egito, o chamado “Dia da revolta”, em que milhares de pessoas foram às ruas reivindicar seus direitos em diversas cidades, como Cairo, Alexandria, entre outras. Os manifestantes tiveram a preocupação de articular e organizar as manifestações pela internet, rápida e grande difusora de informações. Após quatro dias de conflitos, por retaliação do governo, os serviços de internet e celular do país foram cortados como principal estratégia para evitar que os manifestantes se comunicassem e para censurar notícias e imagens de pessoas sendo mortas pelos soldados egípcios, após o anúncio do toque de recolher, realizado por Maburak no dia 29 de janeiro, quando os soldados invadiram as ruas da cidade.

Algumas nações ocidentais tentaram intervir no conflito: os Estados Unidos da América solicitaram ao Egito uma ‘transição democrática’; enquanto Inglaterra e França queriam que o governo egípcio atendesse às reivindicações populares.

Após duas semanas de conflito, o presidente Hosni Maburak renunciou ao governo, deixando um saldo de mais de 42 pessoas mortas e cerca de 3000 feridos. Os militares assumiram o poder, anunciando a instalação de uma junta militar provisória no governo egípcio até as eleições para presidente do país, em setembro de 2011.

Transcorridos os meses de setembro e outubro de 2011, nenhum indício de processo eleitoral estava sendo observado. Os militares afirmavam que esperavam uma maior estabilidade social e primavam pela segurança, atrasando cada vez mais as eleições. Assim, constantes manifestações populares se desencadearam no Egito. Alguns analistas políticos descontruíram a ideia de “Primavera Árabe”, argumentando que o movimento insurrecional tinha caráter de Golpe de Estado, realizado pelo exército, e nenhum caráter popular.

No dia 28 de novembro foi realizada a 1ª etapa das eleições parlamentares (composição do parlamento). Milhões de pessoas foram às urnas, a grande maioria votando pela primeira vez. Os resultados finais se efetivarão somente no mês de janeiro de 2012, depois de realizadas outras etapas do processo eleitoral. Enquanto isso, a junta militar que assumiu o governo provisório, após a renúncia de Maburak, continua no poder.

 

Por Leandro Carvalho
Mestre em História

Escritor do artigo
Escrito por: Leandro Carvalho Escritor oficial Brasil Escola

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CARVALHO, Leandro. "Conflitos no Egito em 2011: “Primavera Árabe”"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/conflitos-no-egito-2011-primavera-arabe.htm. Acesso em 19 de março de 2024.

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